sem pé sem cabeça faz um corpo

é fruto de uma viaje pelo Nordeste, que saio da Bahia e trajeto o litoral Nordestino até o Ceará e me instalo na reserva ecológica de Sabiaguaba, Fortaleza onde as palavras foram se ajuntando pelos caminhos do Nordeste com a inspiração a se formar um lindo corpo muitas feitas ao comtemplar o verde das águas azuis do beira mar nos bailados dos cata-ventos leves nas cabeleiras dos coqueiros brisado, das saudades vindas do mar dos amores colhidos entre cajus e mangas a chupar e assim foi .... o vento me levou e trouxe a inspiração e do coco me refresquei!

sábado, 9 de julho de 2011

FIM

arre égua
depois desse barulho todo
que manifestamos no teatro josé de alencar
me vou do ceará

vôo com a saudade desse lugar
e finalizo aqui minha
nossa instalagem
entre os cajueiros e as brisas do mar

quantas aventuras plantadas
quantos amores colhidos
quantos planos realizados

deixo um grande carinho
aos amigos

amor
de maria

som imagem movimento gente ManiFesta!

incrível, arrasamos, lotamos o teatro josé de alencar, cinco mil pessoas transitaram pelo teatro, 350 presentações initerruptas em todos os lugares do Teatro desde o banheiro até na rua, pessoas de todas as tribos, tudo de graça! Sem dinheiro, com apenas um mês de produção, muita fé e força e dedicação! depois, uma reunião com o secretário de cultura, e entramos no calendário anual de cultura do ceará! salve! agora todo ano terá uma nova edição, não como essa que marcou a história do movimento artístico!

aqui chegamos
chegamos aqui
aqui estamos
estamos aí
já que chegamos
e estamos aqui
chega chegando junto se aproxegue todo mundo agora tudo junto misturado mostra a cara o corpo a voz abre o peito e a gaveta que apesar dos pesares e apesar dos perigos cá estamos vivos nós ao vivo nós aos vivos aqui vivemos somos somente sementes somadas somamos cada passo pessoa desta dança andança mudança nesse mundo mundano mudamos passo a passo todo o tempo o tempo todo dia a dia seguimos não segmentamos unimos e dispersamos fazendo história de estórias multifestejando fazendo festas manifestamos


segunda-feira, 23 de agosto de 2010

boletimanifesta!

escrevo um boletim poético para convocar os artistas de fortaleza para ajuntar força e mover uma ocupação artística que acon-tecerá dia 18 de setembro no theatro josé de alencar, numa virada cultural de 18h as 6h da matina! vamos ocupar cada espaço do theatro com nossa arte atemporal multitudo. sons misturados com corpos dançantes, imagens em ação, muito movimento e línguas soltas no verso da palavra. o evento é coletivo. a força é gerada por cada indivíduo e somada ao todo. é todomundojuntomisturado, em muitas festas!

sejam o bem que vem para o todo
abre seu coração e se aproxegue
nesse baião de dois de três de quatro
de pa ra tim bum boas canções

manifesta!
seu encanto
em películas de tom

o começo já é um jovem moço barbado
com seus mais de trinta anos musicados
entre o Sol que amanhece
e se ponhe aurora
uma nova possibilidade se aflora
no oco do tempo
parido sussurros
dessa nossa geração

as terças e sextas feiramores
caminhos de cores
pelos raios crespos de crepúsculo

a arte se manisfesta
na belezalegria
do encontro entre os dias

portas abertas ...
o teatro José de Alencar
manifesta!
no jardim
na praça mestre boca rica
a conversa se afina
moça fina de Belém

pa ra tim bum
bom bom
manifeste
seu dom
de tom em tom
o ritmovimenta
harmorganização
firmeza nessa convocação

nos dizeres
entre saberes
troca troca
vai pra lá
vem pra ká
que no teatro de Alencar
brincadeiras vão rolar

plug o movimento
detalhe o alento
organize o pensamento
e coordene esse evento

alguns princípios
já foram ditos
e não adianta choramingar

sem estrelinhas
sem cachê
eu sou você
e de coração bora lá
fazer acontecer

uma massaroca
misturada na leitura em dizer

manifesta!
pelos quatro ou cinco ventos
para todo povo sabe
que sementes floridas
quintais férteis
germina o ser no amanhecer

esse cordel desvairado
se encerra no compasso
do jumento que berra
pingos de dunas no Ceará

mas não termina
assim não
esse momento
uma nova reflexão para próxima reunião

passado é o tempo
nesse instante



novas caras
vem dizer
como vão participar

nesse círculo de amizade
que se expande
a brotar
mais e mais possibilidade
vem a criar

ajustar os detalhes
ponderar as colocações
tira ali
bota aqui
lapidar os cristais
para as cores que vão brilhar

na união de sexta feiramor
determinar o espaço
onde as apresentações vão rolar

um tur pelo Teatro foi dito
para deixar claro a forma
de ocupar
intervir
artear
mentalizar
a seguir cantando e dançando
na luz verderjar

manifesta!
sua presença
que na sexta feiramor
quem chegou
palpita junto
que o teatro vai lotar

segunda-feira, 19 de abril de 2010

descobrir colorir

a vida na cidade de fortaleza, me coloca em alguns questionamentos profundos.


quem sou?
um bocado de tolices
que me aprisiona em instantes
e doe
feri
machuca
até eu subverter
e brincar
rir
cuspir
na banalidade

dôo azas pra mim mesma
e me lanço pro azularanja
nos fim de tarde

quem sou?
um punhado de girassóis
que dá as cores de sua alegria
e alimenta o vaso
em sua decomposição melancólica

até que o beija-flor
de estralo em estralo
se permite em flor em flor
tocar vermelhados lábios carnudos e firmes
como o desbrochar
e ter o despertar de meus frios pensamentos

quem sou?
uma gota que se desfaz na queda
ou um orvalho que amanhece na refresca brisa da lua
e reflete o amor
que queima e arde na carne

o molhado da noite
cega que reprime o reflexo do sangue

segue o mistério vívido
como uma lembrança mole
que se desmancha
nas manchas do amor

quem sou?
simplesmente amor
mas o que é o amor?
pra que serve?

a bola de cristal aponta o caminho
sei aonde estou indo
jogo as pedras ao rio e piso
passo por passo até a outra beira
sem besteira
sem medo
sem eira
sim
simples
mente
amor

a cara feia
o bico amarrado
só esconde quem sou
AMOR

amanhecer na luz de ser

em um momento breve e curto de agustia de tudo que sinto e me sujo dentro desse gigante centro urbano. me intoxico de sentimentos mesquinhos.

corro ou risco
minha certeza de estar

se corro
levo comigo
ao peito
esse gosto amargo
de beijos molhados

se risco
piso em cima de mim
amasso e jogo no mundo

a experiência que cresço
desdúvida do caminho

o sol levantou
coloriu o sonho vívido
e cutucou a ferida

como é bobagem
as lágrimas se arriscarem
dessa altura
se pendurarem no abismo
e vê o risco no salto

a vida é os contos das estrelas
um convite breve e longo
o buraco é mais abaixo

medito na clareza de estar
resgatar o bem-estar
sorrir pros bens que te quero

explicar o quê?
o bem que te quero!?!

temos muito pra fazer
presentear a mãe
plantando flores no jardimdimim

na firmeza do mistério
vôo como o azulão
e dôo a mão pro Ivan
que maio já estar cantarolando
pro vir

quando a bomba explode
faísca meus poros
e esporra meus fados

maracujá trepando nas grades da janela
o fogo amolece a visão
e acende o calor do ar que dança com sua graça

me levo entre as largas folhas
do sem vergonha
que enverga nas grades

tudo isso é bom
o que não é?!

é se pegar em poucas bobagens
e me deixar de pés pros ares

mas
sigo e subo
nos galhos mais altos
e nas árvores mais viçosas

como vou explicar mistérios
de mundos de lá
as palavras de cá
limitam meus dizeres e saberes
do que mesmo?!

vejo as besteiras de agora
calo minha aurora

passos certos
caminhos abertos
minha nossa sortelefante

a pureza de meu ser
confunde e funde nas cores do florecer

atrofia a rigidez de ceder
e deixa de experimentar o doce
das mornas águas

danço comigo
me tiro do abismo
são tantas melodias

sábado, 10 de abril de 2010

corujão poético

naquelas noites inspiradoras dos ventos, das chuvas e trovões, saem trovejadas de palavras bonitas ... e assim é o corujão
pura poesia encantada em noites claras até o sol acordar .

no deslizar
com tatofato
dos entre seus dedos vívidos
peles e cheiros
de amor

aqui vai ficando
a bunda quadradarolando
corpo
pedindo
implorando
descanso

a noite caminha
em direção ao Sol que acorda
de um sono profundo

o tempo pinga
gotas de chuvas
escorridas na janela

sabor de maçã mordida
fruta proibida
quem não se arrisca
a amor-dida

olhos virados de prazer
vendo a dentro
as orgias do amanhecer
verde saudade de ver você
lima doce

mesmo que sempre
seja muito tempo

te querer não tem tempo
uma explosão do vento
a dentro de amanhecer

inverno trinta e oito graus

no ceará os invernos são muito quentes, essa estação é marcada pelas chuvas e não pelo frio. num sábado de feira encontrei pelo caminho uma árvore muito velha e gigante rachada no meio da rua em fortaleza ....


noite com ventos e trovões
raios
águas
pelas curvas de PARE e OLHE

labirintos de cimentos
enxurrada que escorre e enche
até o pescoço
do moço engravatado
engraçado no sinal

raio que raspa e coça
e assim o toco marca e aponta
as cicatrizes
um céu carcinzentobono de estar

na saudade
daquele cajueiro-zãozão,
já em idade de tempos passados amarrotados,
passa um raio
e
cabummmm

faíscas pelos ares
e
o gigante
de verdes
frutos
cheiros de flores frescas

entre o minucioso inclinar
e o tombo de uma queda

paro e deparo meu coração
com aquela fonte de água
transformadeira em sua forma de agora ser
transformutação
da água a madeira

pelo meio no meio da rua
deitada no seu descanso de paz e serenidade
entregada entre folhas flores
sementes e pétalas ao chão de piche

aos berros da serra
os homens picam
pedacinhos do bom senso
a jogar pelos lixos escarrados da comun-idade

comum separação divorciada
entre
morte vida
medo vaidade

entre
merdas entulhos
nosso ancião
decomponhe sua poesia
nos traços
e abraços
dos vizinhos
surdos mudos cegos

tolos do tempo
trimmmTRIMMMMRMMRiMM
desperta a dor
ser e estar em primeiro lugar

saudosas lembraças

tenho saudades de minha vida na chapada dos veadeiros, com mata, florestas, abundancia de água e meus amores.

tu floresce em terras férteis
nesse conto de floresta
indígenas matas virgens
mãe natureza
pureza de menina

sagrado
Xingu gugu gugugi gugugira
assim como o ressonar do leão
gira em minha mente
e me seduz a transformar

a descondicionar tudo que propus
por uma verdade além de meu querer
diante de meu Ser

vim aqui pra saber e ter certeza
do que quero

o tempo aqui soa pelos ponteiros
badalados
catequizados
fiéis do Senhor

sinto a decomposição de meu chão
diante de tamanha destruição
miserável
estupidez de espírito

fios
cimentos
não há vida em nada
tão concreto
molhado pelo sereno

na volatilidade da alma
liberto as cores da aurora

luz do Sol

incorporo a libertação
entre grades
gladiadas por uma paixão
entre flores e plantas
cultivadas no portão

beijo de beija-flor
ponteiros ligeiros
dá um cheiro
no gira Sol
FA SI DOente

ficarei se não escutar meu coração
ritmo de minha alma desarmada

trago ao corpo
a vivacidade de estar ao seu lado
e seguir na fé
semeada pala luz do destino

dancei cantei toquei sorri chorei troquei experimentei
propus discordei amei transformei entreguei cedi

a vontade de jogar pela janela
e seguir a caminhada
fluir no ar brisado do mar

me assusto
nesse canto
falésias tampando aos cantos
rabisco de pingo
escorrido nos arranhas céus

terra
do
sol
sal

grito
o conto das araras

céu de alto paraíso
valeziado dourado
pote de ouro
jóia rara
meu querer estar contigo

permito
a seguir meu caminho
com o peito explodindo de saudades
dos amores que ficaram

paridas lembranças
esculpidas na aurora

cedo a esse chamado
de vir e ir ao encontro
dessa batida

aos meus amores
que ficaram na espera

e um pequenininho
que das batidas de seu coração
plantei e sai

no revelado inesperado
momento de estar presente novamente
e beber dessa água
a fonte de estar viva
em cada película

desculpe minha alma
poética
patética
cantarolando nos seus ouvidos olhados

já pra ti me conhecer desde de dentro
meu ser se vira do avezo na poesia
de meu nosso mundo
comunicação branca
minha nossa voz tua
meu canto contigo
compacto no tempo

floresço na arte de ser
como na mata surge uma flor
dourada
aos braços de namaste

seguimos na escuta
nos contatos
a magnetizar nosso encontrocantarolado

ligados corações
nesse amor aventureiro
que joga e sai
aos braços de ... tu

com carinho
saudades breves


no carnaval fui fazer um trabalho de reflorestamento dentro do sertão nordestina, terra seca, sem água, sem chuva, apenas açude, trilhas de rio secos.


a dentro do sertão central
dilatados vasos
circulante sangue
mole derretido
quente calor
do Sol
da brisa
do fresco
do vento
morno maço de suor

incenso do mato devastado
terra seca rachada
pisadas de gados

dou-o meu tempo
e sirvo na arte
agroflorestando e cantando
o bem te quero amar

na rede azul
briso
fogo calor

pela janela
reparo movimento mensageiro
que chega e segue
breve como o Azulão
pra outros cantos
cantarovoando

me entrego nesse grito
sigo em rodopios
pelas águas
açude meu bem

a tranquiclareza
céu azul
lábios mornos horizontes marescos

o vento sopra
entre nuvens
abre janelas

imagem de minha saudade
na clareira dos raios de Sol

a força de estar e seguir
no bem iluminado
cheiro de jasmin

cada flexa
começa o lindo transforma dia
afirmo a fé no mistério
me conduzo ao inesperado
sabor da maçã

deixo o vento
me abraçar
braços mornos

riqueza do caminho
aprendiz da existencia

bem aventurado
espírito de expansão

lembro de ti com carinho
bom gosto
gratidão em minhas meditações

mãezinha

encontro marcado
no improviso do tempo

vento sopra
zum zum zum

na escuta do chamado
me integro
e experimento

o inesperado
mistério sagrado
nas cores do arco
reluzente da íris

transformutação
liberdade de ir e vir
sem condição

como águas que caminham de encontro pro mar
oxum
iemanjar

saudosas
mãezinhas
de braços abertos esta

a compartilhar com amor
os segredos do mar

mãos dadas

vai ai todo a estoira de uma fadinha
que caiu aqui na Terra da Luz

e segui sua caminhada
a encontrar seu templo
nesse tempo maluco

é só um tempo...

e me perdoo
e perdoo tudo
a todos
que assim foi julgado

a não voltar mais nessa tempestade
que doe meu sentimento
inexistente
a minhas finas delicadesas

sentimento criado
pelas carências
exigida
nesse tempo
de cimento

concreto molhado pelo sereno

cultivo minhas assas coloridas
a plumar nesse vento
e ir pra dentro

ponto brilhante
que expande no azul celesfestivalvoando
entre mar salgado
um sorriso doce

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

cores do poente

vivendo num prédio com grades por todas as janelas, na vila fátima em fortaleza!me apavoro

pela janela
o Sol caminha pro além
a sombra do poente
da forma pra alma
pregada nos andares dos prédios
rotação cíclica e quente

cores sobre concretos e fios
películas de verdade
por traz da fuligem
cuspida descargas
da miséria

o vital deságua por dentro
e explode
certezas de cores volátil
de baixo do sujo
nas curvas tortas
flutuantes e gritantes

no reflexo do grão
manipulado por mão
vejo caixos da minha
vontade de ficar de bem

o Sol abaixa a cortina
o mistério da noite
segue no inesperado
piscar das estrelas

dois corpos nus retorcidos
de amor
entre seda de cetim
bocas abraços e calor

molhados e melados

involuntários sentidos
reproduzidas do brincar

dou minha sorte
pro destino
confio nas estrelas
acredito no seu olhar

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

intervenções plantadas entre prediosídios

aqui, estou em fortaleza, e berro todos os horrores visto sentidos a poros dentro dessa cidade, boto a boca no trombone e grito, entre qualquer outra pessoa sensível, a cuidar do que é meu, nosso e das futuras gerações de espécies a usufruir essa beleza como direito e bem-estar.
fico triste a ver meus semelhantes a destruir nossa única casa intensamente nesse tempo e espaço. sem um suspiro!maneje sua mente e tome atitude conscienta!

oxigênio
gênio
na lâmpada
respira
planta
sabedoria
milenar
ser gênio
pulsar
oxi
a dentro
do cérebro
a reconhecer
valor
da integridade de gênio
OXIGÊNIO


Eu-gênio
vivo
a cafungar
oxi
de gênio





entre cimentos
árvores floresce
sacolas plásticas

esticam postes
a induzirem caminhos
vedados olhos de coruja

concretizam
edifício
sonhados pesadelos
corridos a alturas

merdas a enfeitar lagos
doenças transmitidas a fardos





contos de folha
em papel de areia

livre

livre da idade
passada e mal paga

entre amarras
gradeadas do medo
inseguro de viver
o doce toque do picante

pitada extrapolada
de comunicar
a vontade de ficar
neutro como a água
vinda das caídas
de raio e trovões

berro de Deus
a protestar
a dor de cada filho seu
caçado a fogo do irmão

São Sebastião

Cristo de braços abertos
esculpido pela brisa
escarrada pelo mar
vermelho de amar





interferências
palavras catadas
ao vento
que leva e traz
suspende e pendura
nos galhos sujos
de vapor

gás carbônico
descolori o arco-íris
pintado no brincar
de galho em galho

macaquice
nos sorrisos
de toda melodia
tocadas
na respiração

esboço de um
desejo incumbido
embaixo da folha
de amora

vi meu amor
no encontro do Céu
com o mar

nos boiar de lixos
descargueados
de cada andar





sentada em cima
do tempo
botando pra dentro
o negro do grão vermelho

aprisionado
pela xícara de amor
o berro sai da alma

sem arma
sem fogo
sem horror
um berro de amor

negro vermelho
colhido
nos salários de cada
por de Sol e Lua

o compromisso
de ter e estar
por inteiro
o negro vermelhado
selecionado sabor

livre das amarras
gradeadas plantadas
orquídeas penduradas
beleza a riscada





meu coração
de algodão doce
opção de amor
mangueado

pisadas
memórias ao lixo
lameadas

siri destacado
cor variante
que breca

acelerada
parada no piscar
de farol

mendigado pedido
implorado
pobreza inacabada

pés amarrados
acorrentados
ancoradas profundezas

alma dilatada
sobre correntes
acorrentadas

livre pra amar





co-habito cá um cortiço
contemporâneo moderno
de classe media

uma estatura mediana
um mútuo de gente bem juntinhos
mas disjuntos nos troços
boiando no mar

nas noites os vagalumes nos andares
acordam e insinuam pensamentos
elétricas idéias
insoniantes até o dia amanhecer

derradeiros barulhentos no clarear de tons
um OHM agudo e estonteante
conta o tempo
contra o momento

já sei que os vagalumes levantaram
pois os abres e fechas faróis
me traz de corpo nu entre os lenções

é poluição de montanhas
de lixo
de tons desafinados
de bagulhos
de fom fom
de biiiiiiipeeee
tossindo fumaça
verde carbonizada
intoxicado fluxo
sangria mal atada

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

entre árvores

na reserva ecológica de Sabiaguaba, no balanço da rede ... no ceará é tradicional dormir em rede como também ficar de boa, repousando, desfrutando.


ventou
nublou
choveu
folhas secas
caíram
a embelezar areia

de tantos reboliços do vento
o azul do Céu
suspirou
e a Terra da Luz
clareou a poesia

as folhas das bananeiras
refrescam
na brisa do calor

as sementes
a pingar na terra
borboletazulilais
a cafungar
flores nos quintais

quebra-cabeça
a criar a forma
do corpo

mistério
ajuntando
a saborear
desejo
revelado
inexplicável

jumento a berrar
a bravura cearense
ao Sol no lombo
meio-dia a rachar

a barriga nas costas
transparece nos famintos olhos
da menina

bem estar
em cada
movimento invisível
que passa
que permanece
que vai
que não chega
que sorri nos verdes olhos

fadinhas
a arregar
"... sorrisos que lhe respondem
e nada mais..." no jardim

sua presença
sem tempo
sem espaço
traz seu cheiro
nos raios de Sol

terça-feira, 10 de novembro de 2009

fruto da lua

TPM, na rede em baixo do pé de caju, lua cheia...


como as águas
que se ajuntam
a cafungar
areia

o ciclo da lua
rolaram
migalhas
a florir
uma bela mulher

de menina
a amadurecer
guerreira

filha da lua

mulher a transformar mudar
cuspir fogo
escarrar água

transformutação
da integridade

mulher do bem-aventurança
de ser sentir viver
a alegria do estar

bem

ti vi
espiando
a banhar
águas descendo
pelo ar
a beijar
amor

cuspido escarrado
entre arranhas
céus
de folhas secas
a umedecer areia

no chiado das cigarras
do pipiri quitar dos sabiás
no vem e vai voado
dos cantos pipiri quitados

a mulher floriu
a mil pétalas de tons
vibrantes
variantes
modo de tocar
olhado
molhado
a fundo
na alma

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

guardanapo com poesias

surgiu numa proposta no espaço cultural ceará em foco, que é uma ONG de meta reciclagem, e entre dias alternados rola o projeto sexta básica, onde a galera gente fina se encontra a trocar idéias e um bom papo. além de muitas artes rolando paralelas, é nesse ponto que eu entro com minha artimanha, exponho quitute integral servido no guardanapo acompanhado com uma poesia a interferir e inserir nos mastigares e saboreares de cada mordida, colocando de uma forma poética as composições do quitute.


Bananal

tudo começa no coração
entre camadas apontam
a floração
de tão nutrida
se inclina pro chão



Laranjazul

ácida repentina
primeira impressão
um choque
na canção
múltipla ao meio
doce por inteiro



Cadê meu pão

me roubaram!
a palavra
me roubavam!
a poesia
me roubou!
a melodia
me roubam!
o não
me roubaste!
o seu



Maracujá

flores que levam pra mundos misteriosos
lilas transformutação
pesadelos leves
ao avesso
preto pintado
como seu olhar



Esturricada

uva
passa
vem
a
próxima



Gergelico

migálitos de grão
pequeninos no pão
sua composição
proteínas
vitaminas
minerais
tão rico que
dez desses juntos
é um tortão



Caiana

pinga
caldo
açúcar mascavo
rapadura
na água ao fogo
melcaiana
transforma
do amargo
ao doce



Água

quando uva
que passa
molha
libera o doce
de sua flor

quando linhaça
que linha
molha
libera o óleo
de sua dor



Carambola

uma árvore
de estrelas
tão próxima
posso tocar
intimamente
posso saborear



Amen doim

moreno avermelhado
num agrado
desnudo caramelado
afrodisíaco
floresce na pele
o gosto do seu amor



Viva acaju

cada dia
amadurece mais um deles
e colore o céu
de amarelho e vermelho
agora é floração de caju
todo dia
fruta nordestina
floresce uma nova
no cajueiro

sábado, 3 de outubro de 2009

sem pé sem cabeça faz um corpo

essa ideia brotou num papo com minha amiga julia, com proesias sortidas, sem corpo, livre.

um papo bom pra papagaio
tintura de jenipapo
raiz de sucupira

descascaralho
nutri saudades

rolam desses
desses rolando
que polinizaram os índios

sombra de guarda
sol
a bunda dança
na abundância

plantar idéias
colher astrais
do girassol

noites gritantes
a fora
da janela

as buzinas
dormem
um sono leve
a qualquer brecada

bipe

os olhos vermelhos
ressaqueados
silenciam na madrugada elétrica

circula
circula ar
circular
ar circula
nas alamedas
de pedras
do tempo

lá circula ar
de cá
vento a virar
que cá circula
ar de lá

daquelas árvores
entre perdidas e achadas
nuvens
floriu sacadas
e janelas
a mais de nono andar

os frutos não semeiam mais
fruta na cesta está
dois ou três a saborear
o resto a olhar

zum zum zum
o vento a girar
bandeira a dedar
a ordem e o progresso

deda duro
o bolso está
duro
grosso
encardido
de sujeira
escapamentos a soltar
de vermelho cinza ficará
pulmão chora ranho

atravesso a alameda
com um vaso
de flor a cafungar

no ritmo
de Carneiro
Ed a berrar
e o nardo convicto da sorte que levou
assim como
o vento que soprou
paras bandas de lá

água áua água

o rio corta o mangue de sabiaguaba e desemboca no mar

a água sonolenta
adormece os pensamentos

conduz a mundos desconhecidos
satisfaz desejo do peito
transcende poesias mundanas

adormecida entre dois encantos
rendida nesse balanço

sou água
nas entranhas dos galhos esturricados

sou água seca
dentro e fora
dos pensamentos boiandos

des pe d a ç o

bem, como estou deslumbrada com tamanha abundância de caju e cajueiros vim a poetizar toda essa riqueza. impressionante como é rico esse nordeste. embora, despedacei meu coração ao ver essa riqueza pelo chão entre pisadas e pisados cajus arrancados e jogados aos enrolos de areias.

mas isso não me desanimou, meu ânimo é maior do que qualquer pisada. estou apaixonada por todos eles e já comi quase todos e de várias formas, principalmente a "carne de caju" acompanhada de suco de caju, uhnnnnnn. deixo me ir que a panela ao fogo está quase a queimar a bendita "carne de caju".

agora é época de ka Ju
muito ka Ju no pé,

colho sacolas e sacolas,
na vizinha de fundo
pulo dois metros de muro
a salvar os ka jus
desp e n ca d os e pisa dos

sai suco
e com o ba g açu
um prato salgado

satisfeita
ateeeeeeeeeeeeeeagooraaaaa
já se passam mais de três horas

é tempo de
ka Ju ei ro
pintado no céu

vermelho amarelo
amarelo
vermelho

me interessei
taannnnntoooo
a ganhar um livro
do bem dito
fruto

migalhitos de tempo

nos quilometros de dumas em sabiaguaba, numa reserva ecológica, reflito....

o tempo escorre areia
desconstruindo dunas

pingadas migalhas
da vida

o vento caminha
pelo ar
ligeiramente
atravessar nuvens

tudo que era
não é mais

o tempo
transforma
momento

as rugas
estampa o tempo
no rosto novo

nesse espaço
onde só viu
terra seca

as árvores
sombreia frescura

está tudo
mudado

mudo
surdo
cego
abafados sentidos

hoje
quem eu estou?!?
onde eu sou?!?

qual bicho
sou eu
ou qual anjo
és mim?

minha cabeça gira
e o tempo empoeira meu templo

agora o que era
esconde embaixo do pó

o mago segura o tempo
encanta
o templo

capim limão

na comunidade de sabiaguaba onde cozinhamos com forno solar, pois fortaleza é considerado a capital da energia solar, a terra do sol, calor o ano todo. ouvindo um blues e tomando um chá com o meu paizinho Zé

já se passam pra lá de dez xícaras
de capim limão

entorpeço nesse chá
que acalma as batidas
dos elétricos ponteiros

nesse planeta gigantante
circulante circense ciclicante
encontro as ancas
encaixadas nesse pontinho de banco

girando numa velocidade estontiante
tão rápido
que a percepção embriagada
só percebe os ponteiros do tempo

tiketaki tiketaki tiketaki

tampo os ouvidos
desses berros saltitantes

o chá inercia o sangue
pra minguante

giro ao contrário
desse tempo rodopiante

todo o líquido
recomeça sua jornada pro centro

os tiketakis agora é de dentro

a contagem do tempo
é sentida pelo coração sem tempo
rodopio antetempo

vestido rodado do tempo
começo e fim se enlaçam no mesmo templo

esculpido corpo
ao brincar com vento

arteando formas
nos soprados sussurros
entre melodias que sirandeiam

tempo é arte dançante

o espaço infinitamente
impossível
matemática a contar
a imensidão

improviso
em cada poro
amor
focalizo
encaixado
contateado
derretido
preenchido
surdo sobre
a pele cheirosa

jasmim manga
floriu no jardim

arteio no tempo imprevisto

edrev amil

em fortaleza-Ceará, na comunidade de sabiaguaba. um abraço ao meu paizinho Zé Albano.
escrevo a um amor que me vira do aveso!


me fixa ai
na sua fixa
to na fixa
do amor

construindo bio-amor
amor orgânico
puro

sem veneno
embriagues intoxicada
sem picada
muriçoca capturada

beija-flor
lábios vermelhos de cor

olhos sorrindo de sono
tecido verde lima
abraça cabelos dourados
entre rendas de senhorinha

o sono pega e leva
a cavalo alado
cavalgadas nas entranhas nuvens
transcendo cores entrantes

lima verde verde lima
esse amor
balança balança balança
e nesse gingado
serro verdes limados de sonolência olhinhos

entrego
a esse conforto verde

o próximo Sol a levantar das verdes águas do mar
os olhos verdes despertará
das profundezas verdantes
limadas
afiadas
lapidadas

a ver o dourado desse verde-mar
lima verde amadurece verde lima
a Deusa aurora
principia
os primeiros raios desse amor

verde maduro

maile

outra carta a minha amiga, muito querida, que agora deve estar parindo. envio muito amor de Gostoso


minha mente
flutua em coloridos céus
a buscar rimas doces
a saudar seu coração

bem-te-vi
inspirou a visão

já posso ver
o Ser cristalizado
entre seus calentosos braços e abraços

daquela bolinha
magicamente
vem mutando a transformar
num sermelhante a nós

ciclos de lua
a carregar
essa leve alma
nas mornas águas de seu ventre

nos próximos
despertar de cada Sol
que se levanta
das profundezas do mar

o desbrochar de Lis
floresce num lindo
sorriso de prazer

desliza como gota
trazida pelas ondas
a cariciar areias

da escuridão de seu útero
a superfície do vai e vem
de sua respiração

luminosamente resplandeci a luz,
com igual clareza
os dois rostos sorri gloriosos

o Ser repousa do gozo
realizado o sublime

formado de ensinamentos estrelar
em cada poro de sua pele

o pequenino gigante corpinho
de sentidos a flor da pele

respira profundamente
a satisfação e o amor

macios lábios vermelhos como morango
extrai o néctar da fonte

o leite
sagrado alimento
dessa amada mãe
que amamenta seu filhote

uma troca de amor eterno com o Divino

Gostoso de São Miguel

estou em um lugar lindo e gostoso como o nome! , num vilarejo em Gostoso de SÃo Miguel, Rio Grande do Norte, um mar manso e com águas mornas, e com uma comunidade muito amável


os raios da manhã
seca as gotas do mar
salgada no corpo

a brisa refresca
no gosto
da saliva

a lua sorri
na minguante
um sorri torto
de quem olha
de onde vejo

sorri por estar
no azul
entre
nuvens flutuantes

o Sol brilha
o mar reflete
lábios de lua
passageira

o vento sopra
pássaros comunicam
a brisa das profundezas

alvoraçadas cabeleira
dos coqueiros
no vai e vem
das ondas

São Miguel do Gostoso
delícia de estar
povo alegre e pescador

macaxeira tapioca caldo de cação
comidinha caseira
dona Kena a preparar

Dedê de Tico a compartilhar
prosa boa de lá
pro povo de cá

na sombra
de Gostoso
no peito
Grande do Norte

seredela

es aqui minha grande inspiração, em todo o trajecto do nordeste, mergulho a fundo nas entranhas de minha alma e floro nesse amor, onde danço e cresço nessa brincadeira de sempre ficar de bem nesse contato, que me conforta e me inspira a rabiscar meu sentimento num papel usado, aproveitar o que já foi derrubado amassado pisoteado pelas pragas pensantes.


jarro dourado de amor
Aquário
arrega as flores do jardim

ao peito
broto a florir

o Todo
maravilhosamente
alinha os tempos
perfeição singela
desliza veia a fora

uma correnteza
de cores pulsantes
espalha pelo corpo

os lábios
comunica
bela alegria

os olhos
plenitude do momento

seus dedos dançantes
sirandeiam em templo
a tempo

o amor derrete
na pele

o cheiro
do calor
aquece coração
tuntum tuntum tuntum
batidas
dão o ritmo
a melodia

os templos
se encaixam
sincronia do além

o êxtase escorre
a áurea se colore

tu se apresenta numa
forma semelhante
no sorriso
do olhar
reconheço
o transceden-tão
amor
sem forma
sem sexo
sem paradigma

livre pra amar
pronto a compartilhar
o doce mel de seu olhar

misteriosa fonte

águas caminham
delicadamente
sobre macias pedras

magnitude
goteia
no poço da juventude cristalina

a habilidade da
seca esturricada
floresce a mil pétalas
a flor do amor

brinco e canto
no centro dos dois mundos
abraço apetitosa banda
no balanço de seus abraços
fluo na arte do tempo



regalados olhos enormes
lábios gritantes gigantes a cor de amor
cabelos ponhonhos
libertos de calor



o ser esta todo preenchido desse amor
assim como o seredela
amor que roda
gira no imperceptível

comprida cabeleira
gravitada nas ancas movimentada

a força pulsa
e fundi ao sangue
calor transpirado
contato de Deus

tempo ligado no fio da meada
dito do coração inteiro

aqui não é coração de Cristal
é a terra do Sol
pele exposta a todo vapor
do vento, da brisa, do Sol
do carbono

areia ardida nos olhos
ar
acalenta peito aberto
entre poros dilatados
hortelã esturricado

água
carinho fresco
refresco
na água doce
salobre
vindo do mar

me falaram bem bom
nos olhos sorri
um verde verso limado
flechado acerto em cheio
na mira do amor

todo Sol que nasce
uma poesia riscada



no grito das araras
verdes olhos se abriam

num suspirar
inspirou a poesia

do contato de seus lábios
ao amanhecer

aroma de cabeleira
jubilante

palavras se ajuntando
a poetizar
a unificação
do encontro das famílias

encontro meu coração
cheio
desse amor

pronta a compartilhar
deliciosas vivências
ENCAntadas

deu nisso
harmoniosas palavras
combinado
as cores do meu amor



quando longe
sei o quanto
esta dentro de mim

flores

no caminho de Salvador-Bahia para o Rio Grande do Norte, escrevo para minha amiga que esta grávida, muita luz


pureza elevada
do coração cristalino

a nova geração
fio prateado de arco-íris
delicados detalhes

padmásana traz a contemplação
da beleza

coração planetário
floresce
no desbrochar
de Lis

carregas-te em seu útero
o mel da flor
doce
de cheiro
fino e suave

pros homens desse mundo
elevarem
o amor carnal

vida vida vida vida vida vida vida

do sol que nasce
a cada giro

amo seu ser
sinto seu cheiro
nas cores do céu

domingo de feira

em um domingo de feira, em salvador percebo a sutileza das flores e a brutalidade do homem


é inspirador

as flores
consciente de seu ciclo
permanecem
em qualquer espaço da terra

tanto faz um ambiente harmônico
onde todos estão em harmonia
vivenciando os ciclos naturais

ou um ambiente isolado
por cimentos e fios
pessoas transtornadas vindo e indo
na pressa da rotina

elas continuam transcendentais
suas cores vitais
dão o ar de sua graça

independente de quem vai e vem

...é inspirador

Permaneço
como as flores
que me inspiram
a doar o ar de minha graça

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

colheita de incenso

na chapada dos veadeiros, colhendo incenso e me projetando para o nordeste

a lua me diz
e o vento soprou
pro Nordeste

cristalizo na arte de ser
nas bandas
do Sol

palavras que levam
as belezas do inconsciente

a lua me inspira
a poetizar