surgiu numa proposta no espaço cultural ceará em foco, que é uma ONG de meta reciclagem, e entre dias alternados rola o projeto sexta básica, onde a galera gente fina se encontra a trocar idéias e um bom papo. além de muitas artes rolando paralelas, é nesse ponto que eu entro com minha artimanha, exponho quitute integral servido no guardanapo acompanhado com uma poesia a interferir e inserir nos mastigares e saboreares de cada mordida, colocando de uma forma poética as composições do quitute.
Bananal
tudo começa no coração
entre camadas apontam
a floração
de tão nutrida
se inclina pro chão
Laranjazul
ácida repentina
primeira impressão
um choque
na canção
múltipla ao meio
doce por inteiro
Cadê meu pão
me roubaram!
a palavra
me roubavam!
a poesia
me roubou!
a melodia
me roubam!
o não
me roubaste!
o seu
Maracujá
flores que levam pra mundos misteriosos
lilas transformutação
pesadelos leves
ao avesso
preto pintado
como seu olhar
Esturricada
uva
passa
vem
a
próxima
Gergelico
migálitos de grão
pequeninos no pão
sua composição
proteínas
vitaminas
minerais
tão rico que
dez desses juntos
é um tortão
Caiana
pinga
caldo
açúcar mascavo
rapadura
na água ao fogo
melcaiana
transforma
do amargo
ao doce
Água
quando uva
que passa
molha
libera o doce
de sua flor
quando linhaça
que linha
molha
libera o óleo
de sua dor
Carambola
uma árvore
de estrelas
tão próxima
posso tocar
intimamente
posso saborear
Amen doim
moreno avermelhado
num agrado
desnudo caramelado
afrodisíaco
floresce na pele
o gosto do seu amor
Viva acaju
cada dia
amadurece mais um deles
e colore o céu
de amarelho e vermelho
agora é floração de caju
todo dia
fruta nordestina
floresce uma nova
no cajueiro
sem pé sem cabeça faz um corpo
é fruto de uma viaje pelo Nordeste, que saio da Bahia e trajeto o litoral Nordestino até o Ceará e me instalo na reserva ecológica de Sabiaguaba, Fortaleza onde as palavras foram se ajuntando pelos caminhos do Nordeste com a inspiração a se formar um lindo corpo muitas feitas ao comtemplar o verde das águas azuis do beira mar nos bailados dos cata-ventos leves nas cabeleiras dos coqueiros brisado, das saudades vindas do mar dos amores colhidos entre cajus e mangas a chupar e assim foi .... o vento me levou e trouxe a inspiração e do coco me refresquei!
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